Contos

Tarte de maçã reineta

Era uma vez uma simples maçã. O seu nome era maçã reineta. Ela era muito feia e tinha mau aspecto. Era a única maçã daquela jovem árvore e por isso sentia-se muito sozinha. Como se não bastasse, nas árvores ao lado, todas as outras se riam dela, por ela ser castanha em vez de vermelha.

Um dia, o agricultor decidiu colhe-la para a provar, para saber se valia a pena continuar a plantar outras árvores que dessem maçãs reinetas.

“Que delícia!” Exclamou o agricultor.

Ele gostou tanto que decidiu plantar um grande pomar de maçãs reinetas. Todas as semanas apanhava dezenas de maçãs reinetas. Estas maçãs deixaram de ser gozadas pelas outras e passaram a ser muito populares na quinta, todos os frutos, vegetais, árvores e animais as achavam muito simpáticas.

O agricultor tinha uma família de excelentes cozinheiros. A sua mulher fazia um magnífico creme pasteleiro e a sua irmã umas excelentes massas quebradas. No inicio do Inverno, o agricultor fazia anos e as duas quiseram fazer-lhe uma surpresa. Como ele era muito guloso decidiram fazer-lhe uma bela tarte mas não sabiam de que seria nem que creme haviam de usar. Então foram passear na quinta conversando sobre o que haviam de fazer.

“Que havemos de fazer?” Perguntou a mulher do agricultor.

“Não sei, temos que pensar bem.” Respondeu a irmã do agricultor.

Continuaram a andar pela quinta observando as árvores de fruto.

“Já sei!” Disse a irmã.

“Podemos fazer uma tarte daquelas belas maçãs reinetas, que o meu irmão tanto gosta.” Sugeriu ela.

“Que bela ideia.” Disse a mulher.

Escolhida a tarte puseram-se ao trabalho. A mulher do agricultor fez o seu maravilhoso creme pasteleiro e a irmã fez a sua magnífica massa quebrada. Puseram a massa na forma, colocaram o creme pasteleiro e depois um creme de maçã reineta feito pelas duas em conjunto. No fim, enfeitaram com rodelas de maçã reineta formando uma apetitosa tarte. No dia de anos do agricultor, a tarte foi servida. Ele gostou tanto que decidiu aumentar a sua produção de maçãs reinetas para centenas e mais tarde para milhares, para que fossem feitas mais tartes de maçã reineta.



Escrito, editado e publicado por António Galguinho